Porque dissertar despropositadamente é preciso.

dezembro 30, 2010

Boa ação de final de ano.

2010 chega ao fim, é tempo de ponderar, repensar, avaliar e refletir sobre o ano que passou. Certo? Talvez para você. Não encaro a virada de ano com reverência, como se fosse um marco divisor de águas na minha vida, não me visto de branco, não pulo ondas, não faço promessas...

Mas não é do meu ceticismo em relação às superstições de final de ano que quero falar neste post, e sim do decorrer do ano em si no que diz respeito aos filmes assistidos por este que vos escreve.


Eu realmente iria gostar se, durante as férias, numa daquelas madrugadas lentas de fevereiro em que você procura por alternativas cinematográficas capazes de amenizar o tédio, eu me deparasse com um post de alguém que se dedicou a listar os cinco filmes dos quais mais gostou no ano que passou. Garantia de tempo bem investido. Ou não. Não que isso faça realmente alguma diferença quando nada há para se fazer.


Vamos então, à boa ação, em ordem aleatória, com os trailers oficiais legendados em português:


Die Welle (A Onda).




Unthinkable (Ameaça Terrorista).



Law Abiding Citizen (Código de Conduta).



Inception (A Origem).



The Social Network (A Rede Social).



Verifique a classificação indicativa, prepare a pipoca e venha me agradecer depois.

dezembro 29, 2010

Grêmio: década de fracassos?

Li recentemente reportagem da Placar cujo objetivo era provar que três grandes do futebol brasileiro, após uma performance bastante digna nos anos 90, tiveram uma década praticamente órfã de taças no armário. O que é verdade. Foi o suficiente para comentaristas de internet bradarem que os três times fracassaram, tão somente, na última década, perderam notoriedade no cenário nacional e tornaram-se três ex-grandes. O que não é verdade. Falemos do Grêmio, time pelo qual este que vos escreve é apaixonado:

Não é de hoje que a imprensa nacional e os torcedores de forma geral cultuam somente o resultado. Essa análise, apesar de ser baseada em fatos de absoluta credibilidade, não traduz o que realmente aconteceu e acaba por desvalorizar, assim, o trabalho.


Logo no início da década, em 2001, o Grêmio conquistou o último título significante a nível nacional. Tite conseguiu adequar o 3-5-2 de forma primorosa, extraindo o melhor de uma equipe que reunia jogadores de altíssimo nível, como Danrlei, Mauro Galvão, Tinga, Zinho e Marcelinho Paraíba, entre outros. Mesclando técnica e objetividade, o Grêmio consolidou um esquema tático que não só encantou o treinador da Seleção Brasileira à época, Luis Felipe Scolari, como também serviu de referência tática e técnica nos anos que se seguiram. Para a torcida, calar o Galvão dentro do Morumbi, contra o Corinthians e o restante do Brasil, já era suficiente.



Tite, responsável pelo 3-5-2 que encantou o Brasil.


Antes disso, em 2000, o Grêmio havia chegado ao quarto lugar do Campeonato Brasileiro (então Copa João Havelange), sendo eliminado pelo São Caetano de Jair Picerni nas semi-finais. Em 2002, o Grêmio sagrou-se terceiro colocado, eliminado novamente nas semi-finais, dessa vez pelo Santos de Robinho e Diego. Da mesma forma, foi o terceiro maior clube do continente Sul-Americano.

A partir daí, amigo, a coisa desandou. O Grêmio amargou um 20º lugar em 2004 e foi rebaixado com várias rodadas de antecedência, ostentando a lanterna, em 2005.

Foi então que Mano Menezes entrou em cena. Reverência. Colocou o Grêmio em seu devido lugar na memorável Batalha Dos Aflitos, uma partida que atingiu repercussão internacional pelo caráter absolutamente incrível e inédito com o que o acesso à primeira divisão se deu. Você há de lembrar-se: o Grêmio teve um pênalti contra desperdiçado no primeiro tempo, quatro, sim, QUATRO, jogadores expulsos (o limite permitido pela FIFA), confusão e outro pênalti contra. Eis que Gallato defende e, 71 segundos depois, Anderson marca para levar uma multidão azul ao delírio. Um dia que nenhum gremista jamais esquecerá.




De volta à primeira divisão, o Grêmio alcançou novamente o terceiro lugar do Brasileirão, posição que lhe deu o direito de disputar a Taça Libertadores, algo extraordinário para quem um ano antes disputava a Série B. Sob o comando de Mano Menezes no 4-2-3-1 que ele agora adota na Seleção Brasileira, o Grêmio fez uma campanha excepcional, desbancou São Paulo e Santos, mas teve de se contentar com o segundo lugar, frente à superioridade incontestável do Boca Juniors de Riquelme.

Em 2008, sob o comando de Celso Roth, após vencer o primeiro turno e estar 12 pontos à frente do São Paulo no segundo turno do Brasileirão, tudo desandou e o Grêmio teve de amargar o vice-campeonato.


Em 2009, na Libertadores, o Grêmio novamente fez bonito, mas a melhor campanha da primeira fase não se confirmou na segunda e levou o clube ao terceiro lugar da competição, pela segunda vez na década.

Em 2010, após um primeiro semestre bastante bom, com o título do Gauchão e o terceiro lugar na Copa do Brasil, Silas não conseguiu administrar o elenco e teve de deixar para Renato Portalupi a missão de tirar o clube do buraco, ir da 17ª para a 4ª posição, vencer o segundo turno e classificar o Grêmio para a Libertadores de 2011.


Jonas, 23 gols e a artilharia do Brasileirão 2010.


Foi também na década de 2000 que o Grêmio apresentou ao mundo os talentos de Ronaldinho Gaúcho, Anderson, Lucas, Carlos Eduardo e Douglas Costa.

Pois bem, colocando tudo isso no papel, temos: 4 Gauchões, 1 Copa do Brasil, um vice no Brasileirão, um vice na Libertadores, dois terceiros lugares no Brasileirão dois terceiros lugares na Libertadores.

Pode ser pouco em comparação com a década de 90, mas o retrocesso não implica em fracasso. O Grêmio manteve sua notoriedade internacional e nacional durante os últimos dez anos e acumulou campanhas dignas do Tricolor Gaúcho. Talvez esses feitos tenham sido ofuscados pela magnitude dos títulos alcançados pelo rival, mas, no país em que o segundo colocado é apenas o primeiro dos últimos, alguém há de valorizar o trabalho.